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quinta-feira, janeiro 21, 2010

A FESTA DA CARNE ...

O Carnaval Pagão é uma festa que tem sua origem nos cultos agrários da Grécia, em que se celebrava a fertilidade e produtividade do solo. Pisistráto, que governou Atenas entre 546 e 527 a.C., oficializou o culto a Dionísio, o deus grego equivalente ao deus romano Baco, das festas, do vinho, do lazer e do prazer, filho de Zeus e da princesa Semele, o único deus filho de uma mortal.

O Carnaval Cristão passa a existir quando a Igreja Católica oficializa a festa, em 590 d.C., cedendo aos anseios populares. O que era considerado ocasião para a libertinagem passou a ser cerimônia oficial com certos limites estabelecidos para conter a carnalidade do povo: "se você não pode vencer seu inimigo, alie-se a ele". Mas em 1545, no Concílio de Trento, o Carnaval é reconhecido como uma manifestação popular de rua, e sua data é fixada em 1582 pelo Papa Gregório XIII, quando da transformação do Calendário Juliano para Gregoriano, sempre no 7º domingo que antecede ao domingo de Páscoa. No Brasil o carnaval chega em 1723, trazido pelos portugueses das Ilhas da Madeira, Açores e Cabo Verde, com o primeiro registro de baile em 1840, de onde, em 1855, surgiram os primeiros grandes clubes carnavalescos, precursores das atuais escolas de samba.

A festa ganhou diferentes cores na celebração popular. Desde os blocos de rua, com suas manifestações pitorescas e despudoradas, passando pelos bailes de salão, com todos os seus ingredientes de gala, luxo e lixo, e também enchendo as ruas com trios elétricos e foliões de abadá, especialmente no Nordeste, e escolas de samba, mini óperas de rua, que desfilam pelos sambódromos cantando temas que incluem, por exemplo, uma homenagem a Tom Jobim, uma versão alternativa da história do Brasil ou a chamada de atenção à questão ecológica.

Minha lembrança mais remota do carnaval me remete ao Rio de Janeiro, meados da década de 70, quando eu corria apavorado fugindo dos "bate bola", garotos mascarados que vinham em bandos batendo no chão uma espécie de bixiga de pele curtida que fazia um barulho tenebroso - uma versão tupiniquim do Halloween, com diferença de que não me lembro se eles pediam balas e doces ou apenas tocavam horror.

Em todas as suas manifestações não há como deixar de relacionar o carnaval com a festa da carne, que o relaciona ao hedonismo puro, quando se busca o prazer do corpo acima e antes de tudo, e sugere uma "licença para pecar", especialmente os pecados sexuais, relacionados com lascívia e luxúria - a Prefeitura de Recife pretende distribuir a pílula do dia seguinte, um contraceptivo de emergência, usado após o "sexo casual", e que objetiva impedir ou retardar a liberação do óvulo pelo ovário, impossibilitando a fecundação, ou impedir a nidação, fixação do óvulo fecundado no útero (que polêmica, hein?!). Fica entendido por que depois vem a quarta-feira de cinzas, dia de jejum e abstinência, quando alguns cristãos de tradição católica romana rememoram sua mortalidade, usando as cinzas à luz do simbolismo bíblico para o arrependimento perante Deus. A quarta-feira de cinzas ocorre sempre um dia depois da terça-feira gorda, o último dia da temporada de Carnaval e também, ou justamente, o último dia em que se pode comer carne, vindo em seguida a Quaresma, quarenta dias de jejum em preparação para a Páscoa.

A festa do carnaval, na cultura cristã católica ocidental, tem seu simbolismo claro: vamos todos morrer, e o melhor que temos a fazer antes disso é mergulhar de cabeça em todos os prazeres possíveis, que sabemos efêmeros e insuficientes para nos conduzir à plenitude da vida, possível apenas na ressurreição. Considerando, entretanto, que a carne é fraca, celebramos sua festa, mas não sem o cuidado de nos arrependermos, ainda que um arrependimento inconsistente, é verdade, apenas uma preparação para morrer bem, em vez de tomada de consciência para viver melhor.

© 2008 Ed René Kivitz - Pib Água Branca

terça-feira, janeiro 12, 2010

TRISTEZA!?

Há um hino cuja poesia nos conduz a dizermos não para a tristeza que volta e meia tenta nos assolar. Ele começa assim:“Oh não consintas tristezas, dentro do teu coração, tendo fé firme no Mestre, segue-O sem hesitação. Não consentir, não consentir, Que qualquer dor ou tristeza, venha apagar teu amor. Oh não temer, nunca ceder, Em teus apertos te lembra, que Cristo é teu Protetor.”

O autor foi sábio ao dizer “não consintas tristeza”. Tem muita gente por aí dizendo que tristeza é sinal de fraqueza e que aos cristãos é proibido sentir tristeza. Amado leitor, isto não é verdade. Veja o que diz o salmista sobre os seus sentimentos aflitivos (Sl 31.9 e 10):

Tem misericórdia de mim, ó SENHOR, porque estou angustiado. Consumidos estão de tristeza os meus olhos, a minha alma e o meu ventre. Porque a minha vida está gasta de tristeza, e os meus anos de suspiros; a minha força descai por causa da minha iniqüidade, e os meus ossos se consomem.

Todos nós ficamos tristes devido aos problemas da vida. A morte de um ser querido, a perda de um emprego, saúde debilitada, relacionamentos partidos, culpa, pecados não confessados, etc. De fato, muita coisa colabora para ficarmos tristes e angustiados. É bom considerar que a tristeza quando não controlada, ou seja, quando assume o controle não sendo administrada por nós, tende a se tornar uma depressão que pode evoluir para um grau de severidade muito sério.

Como afirmei no início deste artigo pastoral, o autor do hino disse para que tivéssemos atitudes não consentindo que a tristeza tome conta de nós e apague o nosso amor. Ele não disse que nunca teríamos tristeza; ele disse para não consentirmos que ela tome conta e apague as coisas boas que Deus tem feito.

Algumas atitudes são importantes no processo de não consentir que a tristeza tome conta. Primeiro, procure racionalmente saber a causa da tristeza. Em segundo lugar, sempre que possível procure alguém de confiança com quem possa compartilhar e ouvir alguma palavra de apoio. Junto a isto desfrute dos momentos de Terapia da Alma que a PIB de Moça Bonita disponibiliza as quartas-feiras as 19h45, em especial na próxima quarta-feira, quando estarei abordando o problema da tristeza.

Tenho absoluta certeza que o Senhor vai abençoar a sua vida naquele culto onde serão oferecidos momentos de refrigério e paz para a alma e corpo e ao se apropriar dos sábios conselhos da Palavra de Deus que proporcionarão para você uma verdadeira TERAPIA DA ALMA.

Extraído: http://www.pibmbonita.com.br/index.php?ref=dadospastorais&uid=51

quinta-feira, janeiro 07, 2010

EU ACREDITO EM MILAGRES...

De vez em quando alguém me pergunta se, afinal de contas, eu acredito ou não em milagres. Minha resposta é sempre a mesma, e enfática: claro que acredito em milagres. É inadmissível e absolutamente incoerente um cristão não acreditar em milagres. A questão não é acreditar ou não, mas como acreditar. Isto é, a discussão é a respeito do volume (muito ou pouco), da dinâmica (como acontece) e do propósito (por que acontece) do milagre.

A respeito do volume, acredito que os milagres não ocorrem sempre na mesma proporção em todo tempo e lugar. A história, bíblica e também da igreja, demonstra claramente períodos e contextos de maior frequência de milagres, como, por exemplo, a época de Moisés, de Elias, de Jesus e dos apóstolos. Os profetas protagonizaram poucos milagres, e João Batista, que, segundo Jesus, foi o maior dos nascidos de mulher, não realizou um milagre sequer. Também é claro que os períodos chamados de "reavivamento da igreja" são mais pródigos em milagres que o dia-a-dia comum da igreja.

Quanto à dinâmica do milagre, geralmente se crê que quanto mais cheia do Espírito Santo é uma pessoa, mais milagres será capaz de fazer. O Novo Testamento, entretanto, ensina que o milagre não é questão de plenitude do Espírito, mas de dom do Espírito. A plenitude (estar sob plena influência) do Espírito resulta na experiência do fruto do Espírito, isto é, o caráter e as virtudes de Cristo em nós, e isso é universal: toda pessoa pode experimentar. O milagre é questão de dom do Espírito, quando o Espírito Santo usa alguém para realizar algum feito extraordinário, e isso é particular, pois o Espírito usa pessoas diferentes de maneiras diferentes. Os cristãos de Corinto, por exemplo, não estavam na plenitude do Espírito, mas mesmo assim foram usados pelo Espírito para muitos sinais e milagres, isto é, nenhum dom espiritual lhes faltava.

Finalmente, em relação ao propósito dos milagres, também a Bíblia deixa claro que não se destinam ao conforto ou solução de problemas de qualquer pessoa em particular, mas sim às finalidades de Deus que soberanamente se manifesta e se revela para sinalizar seu reino (sua presença entre nós: Deus está aqui) e atrair glória para o seu nome (sua singularidade entre nós: não há outro Deus). Os milagres existem por causa de Deus, que quer demonstrar seu amor por todos, sem exceções, preferências ou méritos de quem quer que seja abençoado por sua graça.

Eu acredito em milagres. Acredito que Deus é um Deus de milagres. Mas não acredito que o milagre seja a regra a pautar o viver digno diante de Deus e dos homens. O caminho do Deus de poder é o amor. Mais pleno de Deus não é aquele que mais experimenta ou mais protagoniza milagres, mas aquele que ama, sendo capaz de enfrentar o mal, onde quer que se manifeste, e fazer o bem a todos.

Assim nos ensina o Novo Testamento: "Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer. Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho mais excelente. Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria".

2009 | Ed René Kivitz

http://www.ibab.com.br/ed090419.html



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