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quinta-feira, dezembro 31, 2009

Ano Novo

Mário Barreto França

O ano que é findo;
Se vai despedindo,
Chorando e sorrindo,
Por mal ou por bem;

Mas... Velho ou criança,
A mesma esperança
Alegre descansa
No ANO QUE VEM.

Se o ano que nasce
Reflete na face
O encanto fugace
De um raio a luzir,

Não veja desgraça
No ano que passa,
Mas toda essa graça
De um róseo porvir.

O mundo emotivo
Procura um motivo
Mais íntimo e vivo
De amar e de crer;

Por tudo o que espera
Com alma sincera
Feliz primavera
Na vida há de ver.

Ó Cristo, consente
Que a vida da gente
Te seja um presente
De consagração;

E assim, no ANO NOVO,
Mais justo o teu povo
Se faça renovo
De paz e perdão.

Feliz Ano Novo!
Temos muito trabalho em 2010!

Pr. Marcello Matias.

quinta-feira, dezembro 24, 2009

Natal...

"Minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, pois atentou para a humildade da sua serva. De agora em diante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada, pois o Poderoso fez grandes coisas em meu favor; santo é o seu nome. A sua misericórdia estende-se aos que o temem, de geração em geração. Ele realizou poderosos feitos com seu braço; dispersou os que são soberbos no mais íntimo do coração. Derrubou governantes dos seus tronos, mas exaltou os humildes. Encheu de coisas boas os famintos, mas despediu de mãos vazias os ricos. Ajudou a seu servo Israel, lembrando-se da sua misericórdia para com Abraão e seus descendentes para sempre, como dissera aos nossos antepassados."

Natal é o louvor de quem reconhece Deus como Senhor e Salvador. Natal é a alegria no espírito de todo aquele cuja alma engrandece a Deus acima de tudo e todos. Natal é o louvor e a alegria dos humildes, que não esperam de Deus outra coisa senão o privilégio de servi-lo.

Natal é a publicidade do caráter santo de Deus através de todos aqueles que foram favorecidos pelo seu poder. Natal é o compartilhar do poder, do favor, da santidade, e da misericórdia de Deus de geração em geração.

Natal é o abandono do orgulho, da soberba, da prepotência e da vaidade, diante do Deus cujo braço nunca foi tão forte como quando foi menino.

Natal é o juízo de Deus sobre todos os que pretendem usurpar seu trono de amor e justiça. Natal é a entrega feita de todo o poder e autoridade do seu reino aos humildes e pequeninos.

Natal é a dádiva de Deus aos famintos e o desprezo de Deus aos indiferentes. Natal é a abundância que abençoa os pobres e desmascara-denuncia o vazio dos grandes banquetes onde não foram convidadas a justiça e a solidariedade.

Natal é a fidelidade de Deus. Natal é o testemunho de que Deus não pode mentir. Natal é a misericórdia que sustenta a fé daqueles que andam com Deus na estrada do tempo.

Natal é o cumprimento da promessa da chegada do Messias. Natal é a esperança da plenitude do reino messiânico. Natal é a convocação constantemente renovada para a vida de fé e esperança que se manifesta no amor que dura para sempre.

© Ed René Kivitz

domingo, dezembro 13, 2009

Um dia de festa... de muitos presentes... e, alguém sabe onde está o aniversariante?!

Dezembro é mês de muita festa, muita comida, muita bebida, muitos presentes, enfim... Natal é sinônimo de muita coisa pra muitos, mas não sinônimo de Jesus. Aliás, Jesus é o menos lembrado. Eu não gostaria de passar meu aniversário sem sequer ser lembrado. Não gostaria também que todos estivessem em minha festa sem sequer lembrar-se de mim. Deve ser algo, no mínimo, frustrante.

Nos Evangelhos, é relatado que no nascimento do Cristo, trouxeram até Ele presentes como ouro, incenso e mirra... Hoje em dia Jesus sequer recebe nossos “parabéns”. É ignorado. É desprezado por muitos de nós.

Natal é uma época que costuma a mexer com os sentimentos das pessoas. Nesse dia, lembre-se que Jesus nasceu não por acaso. O Natal é comemorado porque Jesus foi enviado por Deus Pai para que fosse o nosso Salvador (João 3:16).

Natal hoje em dia tem sido sinônimo de gente bêbada, acidentes, glutonaria, dentre tantos outros exageros. Faça um Natal diferente. Agradeça a Deus pelo nascimento de Cristo. Construa uma vida diferente a partir daqui. Não passe mais um ano de vazios existenciais. Viva com o Cristo que nasceu por você.

Feliz Natal com Cristo. São os votos de Marcelo Matias e Rosângela.

sábado, dezembro 12, 2009

A oração simples

Não existe oração errada. Aliás, a oração errada é aquela que não é feita. A Bíblia Sagrada ensina que se deve orar a respeito de tudo. Orar por qualquer motivo, qualquer hora, qualquer lugar, sempre que o coração não estiver em paz. Tão logo o coração experimente apreensão, preocupação, medo, angústia, enfim, seja perturbado por alguma coisa, a ação imediata de quem confia em Deus é a oração.

O apóstolo Paulo diz que não precisamos andar ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, com ação de graças, devemos apresentar nossos pedidos a Deus, tendo nas mãos a promessa de que a paz de Deus que excede todo o entendimento, guardará nossos sentimentos e pensamentos em Cristo Jesus (Filipenses 4.6,7). A expressão "coisa alguma" inclui desde uma vaga no estacionamento do shopping center quanto o fechamento de um negócio, o desejo de que não chova no dia da festa quanto a enfermidade de uma pessoa querida.

Esta experiência de oração é chamada de oração simples: orar sem censura filosófica ou teológica, orar sem se perguntar "é legítimo pedir isso a Deus?" ou "será que Deus se envolve nesse tipo de coisa?". Simplesmente orar.

A garantia que temos quando oramos assim é a paz de Deus em nossos corações e mentes. A Bíblia não garante que Deus atenderá nossos pedidos exatamente como foram feitos: pode ser que a vaga no estacionamento não seja encontrada e que chova no dia da festa. A oração não se presta a fazer Deus trabalhar para nós, atendendo nossos caprichos e provendo o nosso conforto. Já que a causa da oração simples é a ansiedade, a resposta de Deus é a paz. O resultado da oração não é necessariamente a mudança da realidade a respeito da qual se ora, mas a mudança da pessoa que ora. A mudança da situação a respeito da qual se ora é uma possibilidade, a mudança do coração e da mente da pessoa que ora é uma realidade. Deus não prometeu dizer sim a todos os nossos pedidos, mas nos garantiu dar paz e nos conduzir à serenidade. Não prometeu nos livrar do vale da sombra da morte, mas nos garantiu que estaria lá conosco e nos conduziria em segurança através dele.

O maior fruto da oração não o atendimento do pedido ou da súplica, mas a maturidade crescente da pessoa que ora. Na verdade, a estatura espiritual de uma pessoa pode ser medida pelo conteúdo de suas orações. Assim como sabemos se nossos filhos estão crescendo observando o que nos pedem e o que esperam de nós, podemos avaliar nosso próprio crescimento espiritual através de nossos pedidos e súplicas a Deus. As orações revelam o que realmente ocupa nossos corações, o que realmente é objeto dos nossos desejos, o que nos amedronta, nos desestabiliza e nos rouba a paz.

O apóstolo Paulo diz que quando era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Mas quando se tornou homem, deixou para trás as coisas de menino (1Coríntios 13.11). Não existe oração certa e errada. Mas existe oração de menino e oração de homem. Oração de menina e oração de mulher. A diferença está no coração: coração de menino e de menina, ora como menino e menina. A nossa certeza é que Deus também gosta de crianças.

© 2008 Ed René Kivitz - http://www.ibab.com.br/artigo-002.html

sábado, dezembro 05, 2009

O que os olhos não vêem e os ouvidos não ouvem... (Núm. 22)

William Shakespeare dizia: "Existem mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia." Hoje como crente consigo ter uma noção clara disso. Acontece na esfera invisível, espiritual, muito mais do que meus meros olhos conseguem contemplar...

Pra falar a verdade, quase sempre nos surpreendemos na vida. Lembra da história do bebê que caiu de um alto prédio em 2008, e ficou preso pela pontinha da fralda no gancho da grade, antes de bater no chão?! Certamente aquele ocorrido gerou os mais inúmeros e diversos comentários, devido ao risco de morte certo da criança. Cada um achava uma coisa, atribuía a um fenômeno, um ser, ou ao acaso tal façanha ocorrida.

O ser humano passa a vida tentando explicar ou entender o que acontece com ele. Existem estudos científicos que condenam o desligamento dos aparelhos quando alguém sofre morte cerebral. Para eles, (e segundo eles há algumas comprovações), a pessoa não só não está morta, mas sente e percebe tudo ao seu redor, podendo ainda voltar à consciência. O fato é que estamos cercados de mistérios nesse mundão de Deus.

O texto que acabamos de ler mostra uma situação no mínimo intrigante. Um bruxo é contratado para amaldiçoar o povo de Israel, mas acaba abençoando. Havia um desconforto muito grande por parte dos moabitas com relação aos israelitas, tendo em vista o grande número e importância de tal nação naquela época. O sucesso de Israel incomodava Moabe.

É nesse tempo que Balaque manda chamar a Balaão e contrata-o para amaldiçoar a Israel. Imagino que Israel nem soubesse o que arquitetava-se em seu desfavor. Havia uma trama para que o povo de Deus sofresse de alguma forma uma perda.

Na verdade, na esfera espiritual, ocorrem acontecimentos dos quais, como este, não temos a mínima noção. Veja a batalha espiritual travada com relação à vida de Jó. Veja a luta do diabo com relação à vida de Jesus.

Mas o fato é que, de uma forma ou de outra, Deus sempre cuida de nós. O bruxo agora havia tido encontro com o Deus de Todo Poder. Ele começa a dialogar com uma jumenta! Qual não deve ter sido a surpresa de Balaão em perceber que existia realmente um Deus com tamanho poder. Ele agora é questionado por uma jumenta! Em outras palavras, Deus mostra a Balaão quem é que realmente tinha o poder.

E enquanto isso tudo, Israel estava lá, cuidada e resguardada, porque aquilo que os olhos não vêem e os ouvidos não ouvem aconteciam em seu favor. Deus estava cuidando literalmente de seu povo. Sem perceber ou saber de nada.

Aquele que amaldiçoaria agora tem a incumbência de abençoar o povo de Deus. Deus transformou o bruxo em profeta, por amor ao seu povo.


Conclusão:
Nunca acredite que nada ou ninguém tem mais poder do que seu Deus. Sua própria salvação, que ele mesmo lhe deu é pessoal, intransferível,... O diabo não tem poder pra tirá-la de você. Nosso Deus é o Deus que faz até com que a maldição se transforme em benção. Nenhuma praga chegará a sua tenda, seta alguma o atingirá, se assim Deus desejar. Só acontece em nossas vidas aquilo que Deus quer ou permite, assim mesmo sempre com um propósito definido. Deus cuida de você mesmo quando os seus olhos não vêem ou seus ouvidos não ouvem. Amém.


Pr. Marcelo Matias.

quarta-feira, dezembro 02, 2009

Certeza de dever cumprido. (II TIM. 4:6-8)

Timóteo era um dos amigos mais próximos de Paulo. Sua família

foi evangelizada pelo apóstolo quando ele ainda era criança.

Mais tarde, quando Paulo volta àquela terra, encontra um rapaz bem instruído na Palavra e resolve levá-lo consigo. Era muito mais que um discípulo. Era um filho na fé.

No texto que lemos, Paulo relata a Timóteo que sente seu fim se aproximar. Ele vai relatar em verso 7 “Combati o bom combate...”. De fato, servir a Deus e seu Reino não é nada fácil. As hostes contra que lutamos são muitas. O apóstolo Paulo tinha consciência disso.

Em todas as suas obras, ele fala a respeito das lutas travadas em meio à pregação do Evangelho de Cristo, mas sempre deixa claro o seu prazer em servir a esse Deus. Em I Tim. 1:12 Paulo agradece a Deus pelo ministério que recebera.

Ele tinha consciência de todos os entraves, sofrimentos, lutas,... Mas sabia também que nada que fizesse pagava o que Cristo havia feito na cruz por ele...

Perdemos muito tempo da nossa vida reclamando, criticando e perdemos o melhor da nossa vida para servir ao Senhor. Não passamos pelas mesmas lutas e perseguições do passado, mas ainda sim estamos desanimados. Paulo tinha certeza que sua recompensa não estava aqui, mas na glória (v.8).

Buscamos quase sempre tudo primeiro e por último o Reino, invertendo o que diz em Mat. 6:33. Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas

Quando buscamos a DEUS em primeiro lugar, todas as outras coisas vêm junto, como conseqüência ou benefício, como queira.

O amor de Paulo pela obra missionária era tamanho que contagiava Timóteo, tanto que ele vem a ser o pastor da Igreja de Éfeso!

Paulo sabia que a perseguição que os cristãos sofriam culminaria fatalmente em sua morte, como já havia acontecido com tantos outros discípulos! Mas isso não fez com que ele desanimasse. Ele sabia que servir a Cristo era sinônimo de uma recompensa eterna, e não terrena.

Muitos hoje servem a Deus (ou pensam servir) por interesse. Acham que Deus é obrigado a lhes dar tudo que eles querem. Estão em SUA CASA por interesse. Não tem amor verdadeiro nem pela Obra do Senhor, muito menos pelo Senhor da Obra. Igrejas que não estudam mais a Palavra de Deus, pessoas que enchem templos apenas para buscar curas, milagres, manifestações sobrenaturais, fenomenais...

Sirva a Deus de coração, sem interesse, apenas pelo prazer em servi-lo! Saiba que Deus o recompensara no tempo e modo certos!

Pr. Marcelo Matias.


UM PODEROSO TESTEMUNHO



"...e, por isso, estou sofrendo estas coisas; todavia, não me envergonho, porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia."

Há um personagem cômico que em um dos seus quadros repete seguidas vezes a expressão "a vida é uma caixinha de surpresas". Às vezes tudo parece caminhar bem e, de repente, a caixinha de surpresas se abre, e vem a nós uma avalanche de problemas. Isto é comum tanto a cristãos como a não cristãos. Não sei qual a sua religião ou se não tem religião alguma, mas uma coisa eu posso afirmar com base na Bíblia: "porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos." Isto significa dizer que problemas vêm sobre todas as pessoas independente da confissão de fé.
Você pode perguntar: Que diferença faz ser um cristão, uma vez que reveses acontecem também com aquele que acredita em Deus e se devota a ele? Digo-lhe com base em experiências de personagens bíblicos que o que faz a diferença é a crença na presença poderosa de Deus em nós.
O apóstolo Paulo que estava prisioneiro em Roma quando escreveu a 2ª Carta a Timóteo dá um poderoso testemunho no texto acima transcrito. É bom lembrar que Paulo sabia de sua condenação à morte, não por ter cometido crime algum, mas vitimado pelas injustiças, ciúmes e politicagem tanto de judeus quanto de romanos. Em meio à dor ele afirma que não se envergonhava do evangelho, pois sabia em quem permanecia crendo. "Eu sei em quem tenho crido", afirma o apóstolo. Ele cria em Deus, sua fonte de vida, sua fonte de salvação. "Estou certo de que ele é poderoso". Ele acreditava no poder infinito de Deus a despeito de qualquer problema de vida. Ele sentia o pulsar do poder de Deus em sua vida. Por fim, Paulo declara que Deus, no Seu poder pleno, vai "guardar o meu depósito (sua vida) até aquele Dia (dia do encontro final com Jesus)".
Caso você esteja lutando sozinho contra a correnteza permita num ato de fé que Deus entre em sua vida e faça a diferença. Você não vai mais se sentir sozinho, você há de ter suas forças renovadas. O Deus Todo-Poderoso vai guardar você permanentemente. Amém.

sábado, novembro 28, 2009

CULTIVANDO RELACIONAMENTOS SAUDÁVEIS (GENESIS 2:18)

Quando olhamos para o texto narrativo à criação, a primeira vista percebemos a forma como Deus cria tudo com cuidado, planejamento e perfeição.

Adão foi a última criação, a obra prima do Criador. Deus formou o homem à sua imagem e semelhança. Daí o porquê de perceber depois em Adham a necessidade de ter uma companheira, uma ajudadora.

Deus havia dado liberdade a Adão (hebraico: Adham = o homem) para dar nome a todos os seres viventes, machos e fêmeas. Porém não se achava um ser semelhante a ele. Deus então percebe que o homem precisava relacionar-se, precisava de um ser de sua própria espécie para conviver. Precisava de outro semelhante. Da mesma forma como Deus disse “Façamos o homem...”; havia também na natureza desse homem uma carência em relacionar-se.

Pensando assim, vejamos alguns pontos importantes:

1 – O homem tem necessidade de relacionamento interpessoal:

Deus percebe em Adão a sua necessidade de alguém para relacionar-se, para construir laços interpessoais. O ser humano precisa viver (e bem) com outros humanos. Não há como se isolar. Todo ser humano é carente de uma vida de relacionamento interpessoal. NÃO HÁ COMO SE ISOLAR.

“Melhor é serem dois do que um...” é o que afirma Eclesiastes. Há uma necessidade natural do ser humano em construir relacionamentos sadios.


2 – Deus não ocupa o lugar de outra pessoa na minha vida:

Deus por ele só, poderia toda à tarde, como já fazia, procurar Adão para conversar. Mas ele sabia que não poderia ocupar o lugar de outra pessoa na vida de Adão. Quando Deus fala no vers. 18; ele está reconhecendo isto. Ele vê a necessidade do homem e vê que Ele, como Deus, não poderia preencher o espaço de outra pessoa. E nem era essa à vontade Dele. Ele é Deus. Quer ser adorado como Deus, quer ter o seu lugar, e não tomar o lugar que não é seu. Não há como se relacionar bem com Deus e não se relacionar bem interpessoalmente.

3 – Relacionamentos saudáveis geram crescimento:

Deus fez questão em formar a mulher a partir do corpo do homem. Isso não foi um ato de machismo. Além de nos mostrar que os dois formam um, Ele também nos mostra que relacionamentos implicam em cessões, muita das vezes. Isso não é uma coisa ruim. Pelo contrário, aprendemos a não pensar mais e apenas em nosso próprio umbigo, mas a compartilhar a ceder nossa vida com outro. Muita das vezes bons relacionamentos não são estabelecidos porque não aprendemos esse princípio básico. Casamentos são abalados porque não aprendemos que temos que abrir mão, muita das vezes, para sermos felizes. Ceder não significa perder. Ceder significa pensar também no outro. Significa amor.

4 – Relacionamentos saudáveis incomodam o inimigo:

Perceba que havia harmonia entre o casal. Laços profundos sendo construídos, intimidade com Deus consequentemente mais latente... Percebendo isso, o inimigo se levanta e age contra aquele relacionamento. Tenta minar, destruir os laços afetivos construídos ao longo do tempo.

O diabo está pronto para destruir os relacionamentos saudáveis que temos construído. Citando novamente Eclesiastes “Melhor é serem dois do que um ... pois se um cair o outro ajudar a levantar-se ... um cordão de três dobras não se rompe com facilidade”.

Cuide dos seus relacionamentos e entenda que isso na agrada em nada o inimigo. Ele sabe exatamente como destruir relacionamentos. Tenha como exemplo este primeiro casal.

Conclusão:

Cuide de seus relacionamentos. Invista em bons relacionamentos. Isso agrada a Deus. Esteja sempre pronto a perdoar, ainda que custe um pouco. Lembre-se de como seus amigos são importantes na sua vida.

sábado, novembro 21, 2009

Expressão de profunda gratidão. (João 12:1-10)


No mundo corrido que vivemos, no desespero do dia-a-dia, a rotina faz com que os sentimentos mais nobres quando não são esquecidos, se esfriem.

São dias em que o “Muito obrigado”, “Com licença,”, "por favor,”, “sim senhor” tornaram-se termos formais demais, cafonas e em extinção.

Não só isso, mas a maldade proveniente do pecado no coração do ser humano faz com que gestos de cortesia, gratidão profunda ou de simples afeição sejam armas usadas contra nós mesmos.

Pensando nisso, vejamos esse episódio relatado por João.

O episódio se passa na casa de Lázaro, o qual já havia sido ressuscitado por Cristo. Marta e Maria, que estavam envolvidas na narrativa da morte de seu irmão, estão presentes também nesse novo episódio.

É oferecido um jantar pra Jesus. E não acredito que tenha sido pelo que Jesus havia feito em Lázaro, visto que Jesus era um amigo próximo da família, muito querido por todos. Ao contrário, acho que isso acabou atrapalhando uma demonstração de sentimento de gratidão mais profunda, visto a proximidade que Jesus já tinha daquela família.

Até que surge Maria, com um gesto inesperado. Ela traz um vaso, cheio de nardo puro, que era um perfume extremamente caro, e começa a derramar aos pés de Jesus. Na medida em que ela derramava e secava com seus cabelos, muitos olharam perplexos. Judas deu sua opinião, dizendo que seria muito mais caridoso ter vendido algo tão valioso e doado aos pobres (logicamente esse não era o seu real intuito).

Mas, para Maria, não havia nada que pudesse pagar o que Jesus havia feito em sua vida e de sua família. Jesus havia entrado em sua casa e trouxe a vida de volta. Vida não só para Lázaro, mas também para suas irmãs.

Maria sabia que, não existia nada que fizesse que pudesse pagar aquilo que Cristo havia feito naquele lugar. Seu sentimento era de profunda gratidão. Não importava o valor daquele perfume, ou os comentários tecidos em meio ao aparente devaneio. O frasco de nardo era o que ela tinha de mais valioso. Mais caro. E ela derrama aos pés de Jesus como forma de gratidão, de tentar expressar todo seu sentimento de profunda alegria pelo que sua casa houvera experimentado através do milagre de Cristo.

E é assim mesmo. Experimentamos milagres constantes do Senhor em nossas vidas, vemos claramente como o poder miraculoso e transformador do Cristo mudou nossa realidade, no entanto não temos sequer a hombridade de agradecer como devemos, ou mais, assim como Maria fez, de oferecer a Ele nosso melhor. Somos frios e sempre queremos receber mais, nunca nos contentamos com o que recebemos. Somos egoístas e gananciosos muita das vezes. Quando nos vemos mediante a um aparente sacrifício pela Obra, quase sempre pesamos aquilo que é mais importante, como se a resposta já não fosse óbvia.

Maria, como forma de gratidão, derrama o que tinha de melhor aos pés de Jesus.

Nesse momento de transição que estamos vivendo, derrame, doe, entregue o seu melhor a Jesus e a sua Obra. Seja grato pelo que Ele fez na sua vida não só através de palavras, mas através de gestos. O Senhor espera que a sua gratidão seja expressa, externada e também testemunhada por outros. Agradeça e doe-se ao Senhor. Entregue o seu melhor. O mais caro.

terça-feira, outubro 27, 2009

Uma nova realidade; Um novo desafio.

Estava na faculdade, quando na aula de Teoria Geral do Estado (TGE); comentou-se sobre a contribuição de homens simples, mas ousados, para transformação de fases da nossa história. Citamos Lutero, Calvino, Thomas Edson, Martin Luther King, Galileu Galilei,... Esses homens, apesar de normais, ousaram não só em pensamentos, mas também em atitudes. Homens que não se conformaram com a realidade que viviam, mas ousaram pensar e tomaram atitudes. Dizíamos que todos esses homens foram grandes apesar de simples, porque, muito embora não esperassem fazer tanto pela história, marcaram o mundo em que viviam.
Quando falávamos nisso, me lembrei de Neemias, livro que tenho me dedicado em ler. Neemias sem dúvida pode ser encaixado no quadro desses grandes homens. Sua intenção, atitude e obra foram de fundamental importância para o povo de Deus.
No capítulo 1, quando recebe a noticia aterradora sobre a destruição de Jerusalém, ele se entristece profundamente. Chora muito. Lembra dos seus que haviam se perdido na matança. Provavelmente seu coração ardia por saudades da sua terra natal.
Mas o que marca a vida de Neemias são suas primeiras atitudes contidas neste capítulo, que vão referendar todo o processo de reconstrução e repovoamento contido em seu livro.

Diante daquela nova realidade, Neemias:
Clama a Deus:
- Quando novas realidades se apresentam, normalmente temos dificuldades em aceitá-las. Não estamos preparados para as mudanças. Temos dificuldades em aceitar as mudanças mais simples e naturais, como no caso do avançar da idade. Muito embora Neemias também tivesse essa dificuldade, ele se joga na presença de Deus. Apresenta toda a sua dor e dificuldade para aceitar aquela situação diante do Senhor.
O problema está no fato em que nossa vida de oração quase sempre não existe. Queremos sempre achar culpados ou motivos para que as mudanças tenham acontecido, e nos esquecemos que na nossa vida, apenas o que é permanente é a Mudança. Mas quando temos a mesma atitude de Neemias e clamamos ao Senhor, o mesmo abre nossos olhos para que possamos não só aceitar a realidade nova, mas nos ajuda a ver o que poderá ser feito a partir dali.

Encara a nova realidade:
- O fato de clamarmos a Deus e agirmos sob sua dependência e orientação não significa ficar de braços cruzados. A nova realidade já havia se apresentado. Não havia como voltar, retroceder. Apenas restava a ele tentar fazer daquela nova realidade uma oportunidade de crescimento pessoal e espiritual. Ele coloca as mãos à obra, não fica parado no canto chorando ou resmungando.

Trabalha para melhorar a realidade nova:
- A realidade nova era cruel. Uma cidade destruída, um povo quase dizimado. Muito a se fazer. Poucos para cooperarem. Mesmo assim Neemias não para nem desiste. Diante das adversidades do projeto, ele persiste para que a nova realidade que fora inserido pudesse se apresentar da melhor forma possível. Ele pede a Deus que o fortaleça diante dos inimigos que se levantam. Mas ele não para. Por que a obra não para. Continua.

Conclusão.
Na sociedade de hoje, conviver bem com as mudanças é uma característica primordial. A vida é um processo de constante mudança. Nem sempre são as que esperamos. Neemias não ficou feliz com a nova realidade que lhe fora apresentado, mas isso não o fez ficar prostrado, se lamentando. Ele buscou em Deus forças, encarou a nova realidade e trabalhou para melhorá-la e crescer junto. Levante-se e encare nossa nova realidade. Deus quer usar sua vida. Permita.

Pr. Marcelo Matias.
http://prmarcello.blogspot.com

terça-feira, outubro 20, 2009

HÁ PODER EM SUAS PALAVRAS

"Quando ouvires dizer, de alguma das tuas cidades que o SENHOR teu Deus te dá para ali habitar: Uns homens, filhos de Belial, que saí­ram do meio de ti, incitaram os moradores da sua cidade, dizendo: Vamos, e sirvamos a outros deuses que não conhecestes; então inquirirás e investigarás, e com diligência perguntarás; e eis que, sendo verdade, e certo que se fez tal abominação no meio de ti; certamente ferirás, ao fio da espada, os moradores daquela cidade, destruindo a ela e a tudo o que nela houver, até os animais." [Deuteronômio 13.12-15]


Aqui está a orientação de Deus a respeito do que devemos fazer quando “ouvirmos dizer” alguma coisa: inquirir, investigar e perguntar com diligência. Essa é a maneira como fazemos a diferença entre o fato e a versão, entre a verdade e o boato. Quando alguém comenta “ouvi dizer”, devemos perguntar: Quem disse? Quando disse? Para quem disse? Por que disse? Para que disse? E também perguntar a quem traz a informação: Por que você está me contando isso?


Entre o “ouvi dizer” e a verdade dos fatos há distâncias que podem e devem ser encurtadas pelo correto trato das informações. Entre os extremos de “varrer coisas para debaixo do tapete”, esconder, fingir que não existem, e “pendurar a roupa suja no varal”, expor publicamente o que é í­ntimo e privado, está a recomendação bí­blica, a saber, a busca pela verdade.


Boatos e versões podem destruir pessoas, famí­lias, comunidades, cidades e nações. Os relacionamentos se fundamentam nas palavras: a verdade gera vida, a mentira gera morte. O sábio Salomão ensinou que palavras são como “espada penetrante” [Provérbios 12.18], e que “a morte e a vida estão no poder da lí­ngua” [18.21]. Não foi sem razão, portanto, que Jesus advertiu que “de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juí­zo... porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado” [Mateus 12.36,37].


Isso faz lembrar aquela história quando um rapaz procurou o filósofo Sócrates e disse que precisava contar-lhe algo. Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou:


- O que você vai me contar já passou pelas três peneiras?


- Três peneiras?


- Sim. A primeira peneira é a VERDADE. O que você quer contar dos outros é um fato? Caso tenha ouvido contar, a coisa deve morrer aí mesmo.


- Mas suponhamos que seja verdade. Deve então passar pela segunda peneira: a BONDADE. O que você vai contar é coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo?



- Se o que você quer contar é verdade e é coisa boa, deverá passar pela terceira peneira: a NECESSIDADE. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta? - arremata Sócrates - Se passar pelas três peneiras, conte! Tanto eu, você e seu irmão nos beneficiaremos. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e levar discórdia entre irmãos.


Talvez o apóstolo Paulo conhecesse essa história. Suas recomendações são igualmente valiosas: “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai (isso falai)” [Filipenses 4.8].

2009 Ed René Kivitz
Extraído: http://www.ibab.com.br/ed091018.html

sexta-feira, outubro 09, 2009

UM PRESENTE DE DEUS E PARA DEUS

Gosto das histórias de Isaque, Samuel e João. Três meninos que vieram ao mundo em condições muito especiais e semelhantes. Suas mães desejavam muito ter filhos e não podiam. Hoje, em dia, a maioria das causas de infertilidade são conhecidas, e se sabe que as causas que originam o problema da infertilidade tanto podem ser do homem quanto da mulher. No entanto, naquele tempo, a culpa era atribuída só às mulheres.

Supunha-se que o ventre feminino era um jardim, de onde nasceriam as crianças, como plantas. A mulher sem filhos era terra seca, era deserto. Então, imaginamos que não era fácil levar sobre si esse estigma e o repúdio da sociedade.

Sara, Ana e Isabel eram mulheres que conheciam e temiam a Deus. Tinham seus medos (Gn 18.15), suas amarguras (1 Sm1) e suas fragilidades (Lc 1.25). Mas, acreditavam nos propósitos do Senhor, mesmo não tendo o desejo de ter filhos satisfeito.

Mas, Deus, é o que tira a vida e a dá, porque para Deus nada é impossível. E, aquelas mulheres conceberam no devido tempo. Tanto elas como seus maridos louvaram a Deus pela grande bênção que receberam. Chamaram os vizinhos para se congratularem e tiveram as dores e as alegrias que pais e mães têm ao criarem seus filhos.

O tempo passa... e as crianças crescem. E, o que vieram a ser essas crianças? Isaque, o patriarca do povo de Deus. Samuel, o profeta que transmitia a voz de Deus. João, homem de fé que preparou o caminho para o filho de Deus.

Eles poderiam ter sido pessoas completamente diferentes. Mimadas, rebeldes, sem amor... isso não aconteceu, porque seus pais tinham perfeita consciência de que elas tinham sido presentes de Deus, e portanto, deviam ser devolvidas a Deus como as melhores pessoas que pudessem ser. Seus pais zelaram por elas e as ensinaram o temor do Senhor.

Muitos pais nunca passaram pelo drama destas três famílias acima. Mesmo assim, seus filhos são um presente de Deus, porque é ele quem lhes deu vida. E todos os que têm filhos, têm a responsabilidade de devolvê-los a Deus. Mas, que filhos os pais pretendem entregar a Deus? Como têm planejado fazer isso? Deixando a responsabilidade de educá-los para outras instituições? Ou, tomando sobre a si o zelo pela educação religiosa de seus filhos?

Pensadores que estudaram como se desenvolve o processo de fé na vida da criança afirmam que é desde bebê que as sementes de fé, confiança e amor são plantadas na vida delas, por meio do cuidado com que os seus pais as tratam e da segurança que eles lhes proporcionam. Depois, até uma certa idade, a fé das crianças é a mesma dos seus pais: se os pais são cristãos, elas também são; se os pais são espíritas, elas também e assim por diante. Elas podem ser influenciadas de forma poderosa e permanente por exemplos, temperamentos, ações e histórias da fé visível dos adultos com os quais elas mantém relacionamentos. Nesta fase, é de fundamental importância o exemplo dos pais: a vida cristã que levam dentro e fora do templo; o seu auxílio na construção de conceitos fundamentados na Bíblia e a correção dos conceitos errados que recebem por meio de outras pessoas e da mídia. A correção deve ser feita sempre com muito amor e sabedoria.

Chegará uma época em que a criança discernirá por si mesma o caminho no qual deve seguir. Ela terá experiências e perspectivas que a levarão a refletir criticamente sobre os valores e crenças. É aí que lembramos da verdade bíblica, que é bem clara: "Ensina o menino no caminho em que deve andar..." (Provérbios 22.6). Se essa criança não tiver uma base sólida, Deus poderá ser um mito como o Papai Noel, que com o tempo se desfará. Ao passar dos anos, várias esferas passarão a exigir a atenção da não mais criança: família, escola, trabalho, companheiros, sociedade, mídia, religião. A fé precisa proporcionar uma orientação coerente em meio a essas complexas e diversificadas formas de envolvimento. A fé precisa formar uma base para a formação da identidade dessa pessoa, de modo que ela tenha firmeza de quem é e do que deseja para sua vida.

Que os pais se preocupam com a saúde e o bem-estar dos filhos é certo. Mas, devem se preocupar também com a saúde espiritual. Sempre que o meu pastor apresenta as crianças à igreja, ele repete a frase e pede que a citemos juntos: "Crianças aprendem com exemplo." Pais que não vivem bem com seus cônjuges, pais que não vivem com diligência a vida cristã, que não dão qualidade de tempo aos filhos, que não os disciplinam com amor e firmeza, que não os abraçam, também estão ministrando às crianças. Todo ato é uma lição, que está sendo observada e absorvida.

Pais que vivem sua fé de maneira coerente e equilibrada; pais que amam seus filhos e sabem dizer e demonstrar isso a eles; pais que dialogam; pais que são amigos e que sabem dizer ‘sim’ e também ‘não’, são pais que preparam seus filhos para Deus e para atuarem no mundo.

Não podemos, é claro, nos esquecer de que pais são seres humanos, têm seus medos, suas incertezas, suas fragilidades e uma gama de tarefas para dar conta. Por isso, não podem depender somente de si para dar conta desta grandiosa tarefa, que é educar os filhos. É para isso que existe o outro cônjuge, para conversarem e chegarem a consensos. É para isso que existem livros que ajudam; pastores e psicólogos que aconselham; professores que orientam; mas, sobretudo, a doce voz do Espírito de Deus, pois pais que são pais devem aprender a ouvir.

Outros setores da sociedade devem ajudar. Não podem ser omissos na tarefa de educar as crianças. A igreja deve estar pronta a apoiar e zelar pela família, que é uma instituição divina. Os professores devem saber desempenhar bem o seu papel em sala de aula. Os amigos da família devem influenciar positivamente e assim por diante. Parece uma utopia, mas bem que pode se tornar uma realidade, se essa prática for iniciada em sua família e ganhar outros. As pessoas gostarão de saber porque a sua família vai bem, e então será a sua oportunidade de testemunhar e contagiar seus círculos de amizade.

Os pais devem criar seus filhos para Deus, e a Deus deve ser dado o melhor! É necessário investir o tempo, a energia, os conhecimentos e os joelhos dobrados em oração para fazerem com que os filhos tenham em Deus o melhor amigo, e com certeza, os pais criarão filhos saudáveis como Isaque, Samuel e João.

Debhora Elisamar G. S. Silva
Ed. Religiosa

Indicações de leitura:
FOWLER, James W. Estágios da fé. São Leopoldo: Ed. Sinodal, 1992
TRIPP, Tedd. Pastoreando o coração da criança. São José dos Campos: Ed. Fiel, 1998

quarta-feira, setembro 30, 2009

A RESPEITO DE COISAS QUE EU NÃO POSSO DEIXAR DE SABER....

Você sabia que foi apenas no ano 190 d.C. que a palavra grega ekklesia, que traduzimos como igreja, foi pela primeira vez utilizada para se referir a um lugar de reuniões dos cristãos? Sabia também que esse lugar de reuniões era uma casa, e não um templo, já que os templos cristãos surgiram apenas no século IV, após a conversão de Constantino? Você sabia que os cristãos não chamavam seus lugares de reuniões de templos até pelo menos o século V? Você sabia que o primeiro templo cristão começou a ser construído por Constantino, sob influência de sua mãe Helena, em 327 d.C., às custas de recursos públicos, e sua arquitetura seguia o modelo das basílicas, as sedes governamentais da Grécia e, posteriormente, de Roma, e dos templos pagãos da Síria? Você sabia que as basílicas cristãs foram construídas com uma plataforma elevada acima do nível da congregação e que no centro da plataforma figurava o altar, e à sua frente a cadeira do Bispo, que era chamada de cátedra? Você sabia que o termo ex cathedra significa "desde o trono", numa alusão ao trono do juiz romano, e, por conseguinte, era o lugar mais privilegiado e honroso do templo? Você sabia que o Bispo pregava sentado, ex cathedra, numa posição em que o sol resplandecia em sua face enquanto ele falava à congregação, pois Constantino, mesmo após a sua conversão ao Cristianismo, jamais deixou de ser um adorador do deus sol? Você sabia que o atual modelo hierárquico do Cristianismo, que distingue clero e laicato, teve origem e ou foi profundamente afetado pela arquitetura original dos templos do período Constantino?

Você sabia que Jesus não fundou o Cristianismo, e que o que chamamos hoje de Cristianismo é uma construção religiosa humana, feita pelos seguidores de Jesus ao longo de mais de dois mil anos de história? Você sabia que o que chamamos hoje de Cristianismo está profundamente afetado por pelo menos três grandes eras: a era de Constantino, a era da Reforma Protestante e a era dos Avivamentos na Inglaterra e nos Estados Unidos? Você sabia que é praticamente impossível saber a distância que existe entre o que Jesus tinha em mente quando declarou que edificaria a sua ekklesia e o que temos hoje como Cristianismo Católico Romano, Protestante, Ortodoxo, Pentecostal, Neopentecostal e Pseudopentecostal?

Você sabia que os primeiros cristãos se preocuparam em relatar as intenções originais de Jesus com vistas a estender seu movimento até os confins da terra? Você sabia que este relato está registrado no Novo Testamento, mais precisamente nos Evangelhos e no livro de Atos dos Apóstolos? Você sabia que o terceiro evangelho, Evangelho Segundo Lucas, e o livro dos Atos deveriam formar no princípio uma só obra, que hoje chamaríamos de "História das origens cristãs"? Você sabia que os livros foram separados quando os cristãos desejaram possuir os quatro evangelhos num mesmo códice, e que isso aconteceu por volta de 150 d.C.? Você sabia que o título "Atos dos Apóstolos" surgiu nessa época, segundo costume da literatura helenística, que já possuía entre outros os "Atos de Anibal" e os "Atos de Alexandre"?

Nesse emaranhado de coisas que eu não sabia, três coisas eu sei. A primeira é que a crítica que o mundo secular faz ao Cristianismo institucional tem sérios fundamentos, ou como disse Tony Campolo: "Os inimigos estão parcialmente certos". A segunda coisa que sei é que nesta Babel que vem se tornando o movimento evangélico brasileiro, está cada vez mais difícil identificar a essência do Evangelho de Jesus Cristo, nosso Senhor. A terceira coisa que sei é que vale a pena perguntar aos primeiros cristãos o que eles entenderam a respeito de Jesus, sua mensagem, sua proposta de vida e suas intenções originais. Vale a pena voltar à Bíblia. Não há outra fonte segura de informação e formação espiritual, senão a Bíblia Sagrada, especialmente o Novo Testamento.

Convido você a nos acompanhar, a mim e ao Pastor Ariovaldo Ramos, nessa caminhada. Vamos dominicalmente ler e reler os livros de Lucas e dos Atos dos Apóstolos. Seja Deus nosso guia, mediante seu Espírito Santo, que nos leva a toda a verdade.

© 2009 Ed René Kivitz
http://www.ibab.com.br/ed090201.html

sexta-feira, setembro 25, 2009

O desafio de plantar igrejas

O apóstolo Paulo assimilou tão bem o pensamento de Jesus quanto à igreja que, obediente à voz do Espírito Santo, foi por toda parte pregando o evangelho, fazendo discípulos e plantando igrejas. Isto é sobejamente relatado no livro de Atos, fazendo-nos arder o coração pela obra missionária. Sabemos que os demais apóstolos também fizeram o mesmo, pois entendiam ser esta a estratégia de pregar o evangelho a toda a criatura.

Ainda hoje temos o enorme e delicioso desafio de plantar igrejas em nosso país. No sertão, nas regiões ribeirinhas da Amazônia, nas tribos indígenas, de norte a sul, de leste a oeste, em toda parte. Mas quero destacar o desafio de plantar igrejas nos grandes centros de nossa nação.



O povo mudou-se para as cidades

A realidade do Brasil - rural da primeira parte do Século XX mudou-se radicalmente com o êxodo do campo para os grandes centros. A concentração de pessoas nas grandes cidades chega a índices antes inimagináveis. É importante pregar no sertão, nas regiões ribeirinhas, mas não podemos ignorar que as pessoas hoje moram, em sua maioria, nas cidades grandes.

Multidões de solitários. Pessoas se esbarram nas outras, mas não conversam, não fazem amigos, vivem sós. O medo da violência e o individualismo fizeram com que as famílias cada vez mais se fechassem e se isolassem. Sem esperança, milhões de brasileiros morrem sem Jesus nos grandes centros.



O desafio das favelas

Com o êxodo rural e o desemprego no campo, muitos foram para as cidades grandes sem expectativas, em busca de um sonho que muitas vezes não se realizou. Foram para regiões periféricas, e no amontoado de barracos formaram-se as favelas, onde moram muitas famílias honradas, gente séria, honesta e trabalhadora, porém reféns do submundo do crime e submissas às leis do tráfico e da marginalidade. Gente amada por Deus. Pessoas por quem Jesus morreu e que precisam de salvação. Graças a Deus, muitas igrejas já têm sido plantadas nas regiões marginalizadas das grandes cidades, mas ainda há desafios enormes para os discípulos de Jesus. Precisamos plantar igrejas nestas comunidades.



O desafio das áreas nobres

Outra realidade, tão difícil ou mais, são os condomínios de luxo, os prédios inacessíveis, e as pessoas ricas que por vezes se acham auto-suficientes, mas que no seu íntimo sentem medo da morte, não têm esperança e são infelizes. A igreja por muito tempo discriminou os ricos, pregando o evangelho apenas aos pobres. Jesus não fez distinção de pessoas. Amou ricos e pobres. Evangelizou ricos e pobres. Morreu por ricos e pobres. Edifica sua igreja para ricos e pobres.

As regiões mais nobres dos grandes centros são verdadeiros vazios batistas. Os imóveis são caríssimos, e o custo de um projeto na zona nobre é muito mais alto que na periferia. As pessoas são mais frias e menos acessíveis, mas uma vez confrontadas pelo evangelho e tocadas pelo Espírito de Deus poderão entregar suas almas a Cristos e encontrar o real sentido da vida. Uma igreja plantada com visão missionária num bairro de classe média alta poderá ser uma grande alavancadora da plantação de novas igrejas em todo o Brasil e no mundo.



O desafio de fazer missões nos postos de trabalho

Precisamos ter missionários em todos os bancos, em todos os hospitais, em todas as escolas, em todos os comércios, em todas as fábricas, em todas as repartições públicas, enfim, é preciso que cada crente batista reconheça sua missão de evangelizar e discipular e seja um missionário em seu local de trabalho, levando pessoas a Jesus.

Eis um grande desafio para todos os batistas e todas as igrejas, preparar-se para o cumprimento da missão, assumir o compromisso missionário, mover-se de paixão pelas almas perdidas e anunciarem o evangelho em seus postos de trabalho, no ônibus, no metrô, no condomínio, na escola, onde quer que esteja. Não é preciso formação de seminário para falar de Cristo e ganhar almas. Seja um missionário!

A Convenção Batista Brasileira aprovou o projeto de iniciarmos 5.000 novas frentes missionárias, tendo em vista a plantação de novas igrejas, até dezembro de 2012. Os grandes centros são os maiores desafios. Grande desafio. Nosso desafio. Mas o Senhor prometeu: "eis que estou convosco todos os dias". Então, vamos avançar!





Por Pr. Samuel Meira Moutta

Gerente Executivo de Expansão Missionária da JMN

sexta-feira, setembro 18, 2009

ENCARANDO A REALIDADE – A OBRA E O INIMIGO (Neemias 4)

Tenho sido muito edificado através do estudo do livro de Neemias, que na minha concepção, é um dos maiores nomes do VT.

Desde o capitulo Um, quando Neemias é impactado com um choque de realidade, tenho me debruçado sobre essas paginas e viajado literalmente.

Vamos a uma síntese: Neemias recebe o relato de como estavam sua cidade e seus conterrâneos, de como a devastação havia sido aterradora e fica extremamente abatido e triste. Ele se levanta, clama a Deus, e resolve fazer algo para contribuir para a mudança daquela triste realidade.

No capítulo 2 ele, aguardando uma resposta Divina, percebe a oportunidade, ora e toma suas atitudes. No capítulo 3 ele está se direcionando rumo a efetivar sua colaboração transformadora. Arregimenta homens com espírito de cooperação e começa a divisão de tarefas e a reconstrução dos muros.

Agora estamos no capítulo 4. Neemias e seus cooperadores caminham à passos largos rumo ao término do projeto. Nunca se espera tamanho progresso àquela altura, nunca se vira tamanho empenho de homens que faziam parte até mesmo da elite de Jerusalém. Não havia classe social. Todos estavam trabalhando em prol do bem comum.

Mas agora, os inimigos se levantam enfurecidos. Não aceitam o sucesso daquele projeto aparentemente tão ridículo. Sambalate e Tobias começam a incitar outros grupos para que juntos pudessem atacar os construtores e desviá-los do objetivo principal: A Obra.

Quando Neemias e os demais souberam disso, tomaram algumas atitudes importantes, que são o destaque de hoje neste capítulo:


1 – Começaram a orar: “A obra é grande e extensa”. Quando estamos imbuídos na Obra de Deus, quando saímos da nossa zona de conforto, os inimigos e obstáculos aparecem. Nossa primeira atitude deve ser de buscar àquele que é o “Senhor da Obra”. Somente Deus pode nos ajudar para que o projeto siga em frente. “Porque sem mim, nada podeis fazer” João 15:5.


2 – Aceitaram e preparam-se para a nova realidade: Agora a realidade era outra: o muro já não estava totalmente destruído. Os portais já não estavam totalmente destroçados. O vigor físico de muitos também já não era o mesmo. E os inimigos vinham com tudo pra cima deles.

Além de orar, Neemias preparou o povo para combater os inimigos que se levantassem. O desafio agora era maior: uma mão na massa e outra na lança. Preparados para continuar o projeto, mas sabendo que os inimigos sempre estariam à espreita, para trazer insucesso.

Há uma grande lição aqui: Não devemos ignorar nosso Inimigo. Ele tem se levantado contra nós, os que estamos envolvidos na Obra, e isso é fato.

Neemias não levou o grupo a se acovardar, mas fez com que eles entendessem agora o nível de importância daquele projeto.

Quando nos dispomos à sair da zona de conforto e entramos na Obra, temos que saber que estamos lidando com outra realidade, que não agrada em nada ao Inimigo.

Todos aqueles homens passaram a andar preparados para a batalha, pois sabiam que seu projeto desagradara a muitos. Sabiam agora do nível de importância do que faziam.

Concluindo:
Às vezes nos esquecemos que a Obra de Deus resgata vidas das mãos do inimigo. E isso o incomoda. Temos que estar imbuídos na Obra, mas preparados para a batalha. Não podemos deixar que o inimigo traga confusão e discórdia em nosso meio. A Obra é “grande e extensa”. Coisas pequenas não devem atrapalha o bom andamento da Obra. Mas o sucesso só ocorre quando há união e cooperação na realização do projeto.

Prepare-se em Deus. Peça que Ele o capacite para continuar a Obra e para as batalhas.


“Os que edificavam o muro, e os que traziam as cargas, e os que carregavam cada um com uma mão fazia a obra e na outra tinha a arma” (Neemias 4:17).

quinta-feira, setembro 10, 2009

A VIDA É QUESTÃO DE FÉ

Dâmocles invejava Dionísio, governador de Siracusa, a cidade mais rica da Sicília do século 4. Acreditava que Dionísio era um bem-aventurado, que possuía tudo quanto um homem pode desejar. Até que foi convidado por Dioníso para trocar de lugar com ele por um dia. No banquete noturno, Dâmocles percebeu que havia sobre sua cabeça uma espada que pendia do teto, sustentada apenas por um fio da crina de um cavalo. Imediatamente perdeu todo o interesse naquele lugar de honra. Devolveu o trono ao seu legítimo dono e nunca mais invejou sua posição.

O mito da espada de Dâmocles é geralmente usado para demonstrar a condição vulnerável dos que ocupam o poder. Mas pode também ser usado para demonstrar a morte que a todos espreita. Fala da efemeridade da condição humana. A espada de Dâmocles representa a insegurança e a vulnerabilidade, e aponta para a angústia que carregamos no peito em virtude da consciência de finitude.

A miserabilidade do ser humano está no fato de que não somente é finito, como todas as demais criaturas, mas também, e principalmente, consciente da inexorabilidade de seu fim. Paradoxalmente, entretanto, essa angústia diante da morte é também a salvação do humano. Tire a imortalidade do homem e ele cai de quatro, dizia Nelson Rodrigues.

A consciência da finitude nos angustia justamente porque somos habitados por um senso de eternidade. Esse paradoxo é descrito de maneira magnífica por Álvaro de Campos, pseudônimo de Fernando Pessoa, em seu poema Tabacaria: “Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”

A palavra “espiritualidade” expressa esse encontro entre o finito e o infinito nas profundezas do ser humano. A espiritualidade é a experiência da busca e/ou encontro do sentido último da existência e, de certa maneira, o encontro com a realidade sagrada ou divina. A espiritualidade implica o anseio de transcendência. O teólogo existencialista Paul Tillich sustenta que “Deus é a resposta à pergunta implícita na finitude do homem”. Confrontado com a sua limitação, a inevitabilidade seu fim, a marcha lenta em direção à morte, o ser humano começa a se perguntar pela eternidade, pelo sagrado, pelo transcendente, pelo que está além das contingências da vida e das circunstâncias que causam dor e sofrimento. Debilitado pela fraqueza do corpo, assolado pelo sofrimento e pela dor, ameaçado pelas tragédias e catástrofes, esmagado sob o peso da sombra da morte, o ser humano começa a buscar a Deus. Nessa busca motivada pela angústia o ser humano se descobre e se percebe um ser espiritual.

A angústia da morte é o casulo que o ser humano rompe para desabrochar para a vida. Ao tomar consciência de sua limitação, finitude e morte, o ser humano se abre para Deus, e no encontro com Deus está a vida. A morte é certa. E a vida é questão de fé.


2009 Ed René Kivitz

terça-feira, agosto 25, 2009

AS ENTRELINHAS

De vez em quando me sinto como quem toca harpa enquanto a cidade está em chamas. Com a atenção voltada quase exclusivamente para os temas próprios da experiência espiritual e religiosa é fácil perder de vista as intrincadas dimensões do cotidiano: o discurso religioso pode tender perigosamente à abstração, tornando-se atemporal e etéreo, como se já vivêssemos em outro mundo, o céu, tendo deixado a terra entregue à sua própria sorte ou aos urubus.

É verdade que a maldade humana e a bondade divina; a mortalidade e finitude da criatura diante da eternidade do Criador; pecado, culpa, condenação e danação face às possibilidades do perdão, da redenção e da salvação plena; arrependimento, fé, esperança e amor; são mesmo temas que não sofrem o desgaste do tempo e atingem consciências em abrangência universal. Mas não é menos verdadeiro que os fatos do cotidiano estão implicados no que chamamos vida: caso a espiritualidade não afetasse a trama diária, a experiência religiosa seria coisa de anjos e defuntos.

Por esta razão, o exercício constante de quem busca a vida de piedade e devoção religiosa deve, como sugere Henri Nouwen, “ler jornais de forma espiritual”, pois “os jornais servem para nos ajudar a ler os sinais dos tempos e a dar sentido à vida”. Nouwen ensinou que “Jesus não olha para os acontecimentos dos nossos dias apenas como uma série de incidentes e acidentes que pouco têm a ver conosco. Jesus olha para os eventos políticos, econômicos e sociais da nossa vida como sinais que apelam para uma interpretação espiritual”.

Por trás do extraordinário jamaicano Usain Bolt, o homem mais rápido do mundo, se esconde a busca humana de identificação e superação dos limites; na face de Marina Silva se revela a insistência humana em crer na utopia; por entre os corredores do Senado Federal rastejam cobras peçonhantas que se valem da posição de poder para matar, roubar e destruir; o emaranhado de empresas fantasmas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus sugere a inescrupulosidade dos que fazem do sofrimento humano uma fonte de lucro e transformam a esperança em mercadoria, tudo em nome de Deus – não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão.

Não foi sem razão que Karl Barth, teólogo protestante, disse que o cristão deve carregar em uma das mãos a Bíblia e na outra o jornal. Foi assim que, em meio à barbárie do nazismo, conseguiu “discernir os tempos” e atuar como principal redator da Declaração Teológica de Barmen, que estabeleceu critérios para as relações dos cristãos ameaçados por um Estado totalitário e da ideologia do nacional-socialismo. A Bíblia aponta o norte, o jornal aponta o chão. A Bíblia nos ajuda a enxergar o céu, o jornal nos livra de andarmos com a cabeça nas nuvens. A Bíblia é a resposta de Deus, o jornal, a pergunta dos homens.

Lendo o jornal com a Bíblia nas mãos conseguimos interpretar de modo espiritual o que está por trás da teia da vida e discernir o sentido mais profundo da história, que Nouwen compreende ser “um convite constante a voltarmos o coração para Deus”.

2009 Ed René Kivitz

sábado, agosto 22, 2009

Pensamentos ousados geram realidades novas - Neemias 1


Estava na aula de T.G.E. (Teoria Geral do Estado) nesta semana, quando estávamos debatendo sobre as grandes reviravoltas mundiais. Citava-se o fato de que as grandes Revoluções Mundiais iniciou-se através de pensamentos diferentes de homens simples, que não apenas ficaram parados em seus sonhos e ideais, mas colocaram em prática, ainda que fossem adversos da maioria.
Daí me lembrou de Neemias. Um homem simples, humilde, que havia perdido sua casa, seus amigos, sua terra... Mas que não ficou apenas prostrado, com seus sonhos e desejos, mas que resolveu dar o primeiro passo. Tentar mudar a realidade. Fazer algo de diferente para que pudesse dar uma contribuição, ainda que pequena, para que a realidade da sua cidade e de seu povo fosse transformada.
Note ao ler o primeiro capítulo que Neemias não tinha porque tentar mudar nada, visto que estava bem de vida relativamente. Servia ao rei, tinha proteção, era bem visto aos olhos do seu senhor, estava bem acomodado. Mas ele ousou.

Neemias ousou sonhar. Ele:

1 – Orou ao Senhor:
Não basta apenas sonhar, mas é preciso que Deus seja aquele que compartilha de nossos sonhos. Neemias quis mudar uma realidade, ou pelo menos contribuir para que isso acontecesse. Mas antes de tudo ele buscou a Deus. Quando buscamos a Deus pelos nossos sonhos tudo fica mais fácil. Ele abre as portas, derruba as muralhas e nos ajuda a conquistar nossos sonhos, mudar a realidade. A Bíblia diz: “Se o Senhor não edificar a cidade, em vão trabalham os que a edificam...”.

2 – Traçou metas para a conquista ou realização dos seus sonhos:
Note no versículo 11 do cap. 1 que ele ora e ao mesmo tempo já tinha em sua mente estratégias traçadas. Certamente ele já tinha prévio plano traçado, quando pede a Deus que, se fosse de Sua vontade, desse vitória. Neemias era um homem ousado, que não ficou parado, mas entendeu que, abaixo de Deus, o restante dependeria de suas atitudes. Ele partiu para colocar seus pensamentos em prática.


3 – Não caiu diante das adversidades do projeto:
Muitas vezes é mais fácil sair do que continuar com o projeto para mudança de realidade ou realização do sonho. Mesmo diante de Sambalate e Tobias, e de tantos outros adversários que se levantavam Neemias não apenas manteve-se firme, mas incentivava seus cooperadores para que estivessem prontos para os inimigos e não esmorecessem. Eles estavam preparados para os inimigos e sabiam que mudar a realidade requereria lutar contra adversários constantes (4:23). Não se iluda: Pensamentos ousados incomodam. Trazem conflitos e criam adversários. Mas quando o sonho é verdadeiro, quando a causa é nobre, deve-se lutar empenhar-se para efetivação do sonho. Jesus é o grande exemplo de ousar mesmo em meio a tantos inimigos.

Conclusão:
Não consigo ver as revoluções históricas do passado efetivadas sem que houvesse quem ousasse. O próprio Deus ousou quando envio o Seu Filho pra morrer por nós, mesmo sem a certeza de um retorno total da humanidade.
Mas quando sonhamos, quando queremos mudar realidades, temos que pagar o preço. Botar a cara pra bater. Neemias pode ver o seu sonho concretizar-se, mas não sem pagar um alto preço.
Sonhe. Ouse. Faça acontecer. Mas peça a Deus que o oriente para que tudo que você faça seja acima de tudo, da vontade Dele.

segunda-feira, agosto 10, 2009

ESPIRITUALIDADE NO MUNDO DO TRABALHO

A palavra espiritualidade suscita diversas imagens. Para a maioria das pessoas, entretanto, sugere a contemplação, num ambiente calmo, sereno e tranquilo. Dificilmente a palavra espiritualidade evoca a agitação da vida diária, o barulho de uma fábrica, a inquietação de uma equipe de alta performance, a tensão de um corredor de hospital, o movimento irrequieto dos adolescentes em uma sala de aula, a lotação de um trem do metrô no final da tarde, o plenário de uma câmara de vereadores, a gritaria de uma feira ou a graxa de uma oficina mecânica. No imaginário popular, certamente a espiritualidade é uma coisa própria dos templos com suas liturgias, dos adeptos de um culto ou praticantes de uma fé e especialmente dos clérigos e sacerdotes religiosos. Não é sem razão que esse abismo entre as coisas de Deus e as coisas do mundo está presente no (in)consciente das pessoas. Um dos maiores clássicos da espiritualidade cristã data do século XV, a saber A imitação de Cristo, de Thomas a Kempis. Motivado por sua sincera piedade, Kempis escreveu coisas como: “Esta é a maior sabedoria: o desprezo do mundo para se aproximar do reino dos céus”; “É realmente uma agonia ter de viver na terra”; e ainda: “Toda vez que caminho entre os homens, volto menos homem”. Palavras piedosas de outrora, que hoje não fazem mais sentido. Ficou no passado o tempo em que a conotação da palavra espiritualidade implicava o absoluto antagonismo entre céu e terra; sagrado e profano; espiritual e secular. Por outro lado, não podemos esquecer que a tradição cristã também enfatiza a espiritualidade fincada no solo da vida diária. Teresa de Lisieux falava do “pequeno caminho” da espiritualidade no cotidiano; Inácio de Loyola, Francisco de Assis, Madre Tereza e muitos outros enxergavam Deus na face das pessoas no dia-a-dia. Benedito, fundador do monasticismo, tinha por lema “orar e trabalhar”. Martinho Lutero falava do sacerdócio de todos os cristãos e os reformadores colocavam o trabalho no centro das vocações cristãs. Martin Luther King Jr e Desmond Tutu basearam em sua fé todo o compromisso e engajamento na luta pela dignidade humana. A verdade é que “convidado ou não, Deus está presente”, como escreveu Carl G. Jung sobre a porta de seu consultório. Teilhard de Chardin escreveu: “[Deus] está, em certo sentido, na ponta de minha pena, de meu pincel, de minha agulha – e em meu coração, em meu pensamento. A conclusão do traço, da linha, do ponto de costura em que estou trabalhando é que me fará entrar em contato com a meta final a que tende minha vontade em seus níveis mais profundos”. Essas e outras convicções justificam o fato de que iniciamos amanhã, no Segunda Opinião: Fórum de Reflexão Bíblica e Teológica da Ibab, o estudo do tema “espiritualidade no mundo do trabalho”. Cremos que, se de fato, a palavra espiritualidade nos remete às possibilidades da experiência e do relacionamento com o Deus de quem não podemos nos evadir, pois, como afirmou o apóstolo Paulo aos atenienses: “nEle vivemos, nos movemos e existimos”, então é verdade também que todas as áreas e dimensões da vida estão relacionadas a Deus, e Deus está intrincado com tudo quanto existe e acontece. Queremos viver, portanto, a máxima que dá sentido à vida qualificada como cristã: “seja comer, seja beber, ou qualquer outra coisas a fazer, que tudo seja feito para a glória de Deus”.


2009 Ed René Kivitz

sexta-feira, agosto 07, 2009

PAIS HERÓIS.

Existem hoje em nosso calendário inúmeras datas comemorativas, aliás, acho que o Brasil é o país que possui a maior quantidade de feriados e recessos. O dia dos Pais, assim como o dia das mães e tantas outras datas especiais acabaram por ser tornar datas estritamente comerciais.
É importante ressaltar a figura paterna e sua importância não só em uma data específica (bem como a materna), mas reverenciá-la e respeita-la continuamente.
Fico olhando para as personagens da Bíblia e me deparo com inúmeros exemplos de pais que fizeram diferença na sua casa, na sua família e consequentemente, na vida da sua sociedade.

1º - Jó – Um pai zeloso e intercessor: O texto no livro de Jó afirma que ele constantemente buscava a presença do Senhor, era um homem extremamente temente a Deus. Mas o fator mais ressaltante dentro do tema que abordamos é sua preocupação em interceder a Deus com constância em favor dos seus filhos. “Talvez os meus filhos, lá no íntimo, tenham pecado e amaldiçoado a Deus” (Jó 1:5c). Jó tinha em si o espírito de sacerdote da sua casa. Ele sabia que, como pai, era seu dever interceder pelos seus.

2º - José – Amor acima de tudo: Mesmo ainda não sendo marido de Maria, ele é surpreendido quando a mesma o aborda dizendo que recebeu a visita de um anjo, o qual falou que o ventre dela geraria um neném, o qual deveria se chamar Jesus. Imagine agora qual a reação desse homem, que, vê seu nome e sua honra colocada em risco por esta “suposta” visão. Ainda sim, ele resolve não fugir e abraçar a Jesus como seu filho. “Disse o anjo: Não tema em receber Maria como sua esposa...” (Mt. 1:20b). Em outras palavras, José adotou Jesus. Deu a ele todo amor, carinho, afeto, mesmo sabendo que a sua gestação havia ocorrido por obra e graça do Espírito Santo. Acima de tudo, José amou a Jesus.

3º - Abraão – Um pai provado e aprovado: “Toma teu filho, teu único filho... e sacrifique-o ali como holocausto...” (Gen. 22:2). Sara não podia ter filhos. Isaque é fruto de uma promessa de Deus a Abraão e Sara, quando os dois já se encontravam em idade avançada. Agora aquele pai, que passou sua vida toda desejando esse filho é abordado por Deus, o mesmo Deus que o deu, para que ofereça o seu filho em sacrifício. Já imaginou qual seria a sua atitude no lugar de Abraão, no lugar daquele pai? O que você faria?
No final de tudo Deus prova o amor de Abraão para com Ele, e Isaque é poupado. Mas apesar da dor, do sofrimento, da angústia, Abraão foi obediente à voz de Deus. Até o fim.

Conclusão
A Bíblia nos traz exemplos de homens que eram pais como você, mas que acima de tudo eram Servos de Deus. O pai cristão deve em primeiro lugar ter Deus como o Senhor da sua vida. Deve antes de ser pai, ser filho obediente do Pai das Luzes. Deus tem ricas bênçãos para a família daquele que entende que ser pai é um sacerdócio que precisa constantemente da orientação e ajuda daquele que entregou seu Filho, seu único Filho, em favor da humanidade.

Pr. Marcelo Matias.
http://prmarcello.blogspot.com

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